Ela vem à Flip, Lila Azam Zanganeh (dia 5, mesa 6, às 12 horas).
Vem conversar com Francisco Bosco sobre o prazer do texto.
Roland Barthes tem um livro muito lindo com esse título, “O prazer do texto” (Perspectiva, 1987).
E o livro de Lila é sobre a euforia da leitura.
Adorei o livro que descreve o deslumbramento recíproco entre o leitor, o autor e o texto.
A literatura vive, o escritor vive no texto, o texto fala, o leitor transforma, fantasia, cria, recria, multiplica; finalmente escreve.
E outro leitor – agora eu – lê. Estamos todos na nuvem da imaginação, das palavras, das impressões.
Lila passa para o leitor seu encanto com Vladimir Nabokov, a quem ela chama, carinhosamente, às vezes, de VN.
O livro não é uma biografia, não é uma autobiografia, não é ensaio, mas é quase tudo isso.
Ao terminar, o leitor conhece, de Nabokov, só o que ele e seus textos têm de bom.
A autora fez rigorosa pesquisa e tudo o que há no livro é verdade (há precisa indicação de fontes).
Porém, como ela não se propôs a escrever uma biografia, teve a liberdade de falar só sobre a felicidade de Nabokov e sobre a sua própria felicidade ao desvendá-lo.
Sobre sua obsessão, como ela mesma assume, sem medo.
É uma escritora corajosa e generosa.
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Flip 2013 Graciliano Ramos
2 de outubro de 2012Graciliano Ramos será o homenageado da Flip em 2013. Quando penso no estilo seco, curto e intenso de Graciliano, principalmente em Vidas Secas e São Bernardo, eu me suspendo. Tudo fica no ar.
Falando em Graciliano, li outro dia, em “O conto brasileiro contemporâneo”, organizado por Alfredo Bosi, dois contos de Ricardo Ramos, seu filho. Circuito fechado (4) e Circuito fechado (5). Lindos, os dois. Vou até transcrever um pouco do último: “Não foi o amor, a certeza, o amanhã, foram as ideias de, o conceito, enfim a sua redução. Não foi pouco nem muito, foi igual. Não foi sempre, nem faltou, foi mais às vezes. Não foi o que, e onde, e quando. Não, não foi”.