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“50 anos daquele 64”- Martelinho 1 na Vigília pela Liberdade

3 de abril de 2014

Dia 30 de abril, domingo passado, no Satyros, na Vigília pela Liberdade,  nosso Coletivo Martelinho de Ouro lançou o fanzine “50 anos daquele 64”. É o Martelinho 01. Outros virão.

 O Coletivo, que já publicou o livro de contos “Achados e perdidos”,  é formado por Concha Celestino, Cris Gonzalez, Deborah Dornellas, Eliana Castro, Fatima Oliveira, Flávia Helena, Gabriela Colombo, Gabriela Fonseca, Izilda Bichara, Lucimar Mutarelli, Paula Bajer Fernandes, Regina Junqueira, Silvia Camossa e Teresinha Theodoro. 

Marcelino Freire  sugeriu que escrevêssemos sobre liberdade e nós fizemos  contos, textos, comentários. A publicação ficou linda e a diagramação, de Rodrigo Terra Vargas, ótima.

Os textos, alguns divertidos, outros mais tristes, mas todos muito ligados ao tema, estão maravilhosos. Não consigo deixar de pensar em superlativos para definir nosso fanzine.  Logo lançaremos em formato digital, pela e-galáxia. Assim todo mundo pode ler.

Participei de uma mesa na Vigília pela Liberdade – ou melhor,  de um sofá-, com as escritoras Beatriz Bracher e Ivanna Arruda Leite. Beatriz escreveu um livro sobre o período da repressão, “Não falei” (Editora 34). O personagem, Gustavo, professor, foi preso e torturado e, anos depois, precisa lidar com a memória para uma entrevista a uma escritora, que tem um personagem parecido com ele. Ele vai mudar de cidade, também, e lembra-se da relação com a mãe, o pai, a mulher, os irmãos, o trabalho. Super bonito o livro.

E nós falamos dos nossos livros, também, dos livros que escrevemos. Falei do meu “Viagem sentimental ao Japão” (Apicuri, 2013) e Ivanna falou de “Falo de mulher”. Nessa conversa, Marcelino perguntou o que é liberdade, se nós nos censuramos ou somos censuradas, qual a lembrança que temos da ditadura, mil coisas. Foi um diálogo  meio profundo, filosófico, sincero. Fora que as pessoas que estavam ali com a gente eram todas muito legais, o Martelinho de Ouro estava em peso lá.

Depois, Marcelino convidou para a fala o escritor Marcelo Rubens Paiva (homenageado), o escritor Wilson Freire, o poeta Binho e a escritora Izilda Bichara. Izilda integra o Martelinho de Ouro. Publicou  muitos contos e o romance Térreo (2012). A conversa, assim como a anterior, girou sobre o período negro da nossa história. Marcelo falou bastante sobre seu “Feliz ano velho”. Izilda também falou sobre nosso fanzine.

No fim de tudo, Wilson Freire  lançou o livro “A única voz”.  Editado pela Mariposa Cartonera, o livro é feito de um jeito artesanal, as capas são de cartões bem grossos e cada capa é pintada – uma cor diferente para cada exemplar. A edição é numerada e assinada. O tema também é 64.

Acho que a escrita é solitária, o escritor é mesmo um cara sofrido.

Marcelino Freire escreveu, no seu romance “Nossos ossos” (Record, 2013): “um autor só é autor, digamos, quando é vítima de um crime, de um atentado, um desprezo, um exílio, um corte, um esquecimento”.

É isso. Mas, por outro lado, a literatura proporciona encontros e conexões  e o vazio acaba preenchido, de um jeito ou de outro.

Pelo menos por um tempo.

Martelinho de Ouro publica Achados e Perdidos

1 de dezembro de 2013

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Participo de um grupo literário. Nós nos reunimos na casa da Regina. Lemos nossos textos, comentamos, fazemos elogios recíprocos, às vezes uma ou outra crítica – sempre construtiva.
Nosso grupo tem um nome: Coletivo Martelinho de Ouro.

O trabalho resultou em coletânea de contos: Achados e Perdidos. Acabamos de publicar, pela Editora RDG. Lançamos na Balada Literária 2013, coordenada por Marcelino Freire. Nós nos conhecemos nas Oficinas do Marcelino no Centro Cultural B_arco. Regina Junqueira é organizadora da publicação. Lourenço Mutarelli escreveu belo prefácio.

Os contos falam de qualquer achado e qualquer perdido, de tudo que nos esvazia e preenche. Falam de espaços, trânsitos, vácuos, desejos, plenitudes e sonhos. Do que poderia ser, se não tivesse sido.

Cada uma escreveu sem preocupação de manter unidade. Tínhamos só o tema: achados e perdidos. Porém, sem procurar exatamente, alcançamos uma publicação coerente, coerência essa produzida pela amizade, pelo companheirismo, pela convivência livre e festiva.

Concluído o projeto, percebemos que nossos contos conversam e formam o todo. Escrevemos um livro juntas, nossos personagens têm afinidades.

Depois de Viagem sentimental ao Japão, romance (Editora Apicuri, 2013), publico, ainda em 2013, três contos em Achados e Perdidos, agora com minhas amigas escritoras do Martelinho de Ouro. Meus contos são: A carteira vermelha, O poema e Uma viagem a Cancún, um motorista de táxi bigodudo e uma possível aventura.

Temos quase um movimento literário – um amigo, Francisco Dias Teixeira, também escritor, percebeu.

Vida longa ao Martelinho de Ouro e à literatura de Concha Celestino, Cris Gonzalez, Deborah Dornellas, Eliana Castro, Fatima Oliveira, Flávia Helena, Gabriela Colombo, Gabriela Fonseca, Izilda Bichara, Lucimar Mutarelli, Paula Bajer Fernandes, Regina Junqueira e Teresinha Theodoro.

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