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Haruki Murakami

22 de maio de 2012

 

Haruki Murakami, Kenzaburo Oe, Yasunari Kawabata, Jun’Ichiro Tanizaki, Mishima: escritores japoneses. São complicados e simples, antigos e modernos, às vezes tudo junto, só sei que entendo quase tudo o que eles dizem e querem dizer e o que não compreendo fica naquele espaço da leitura que não quer ser descoberto.

Li “Do que eu falo quando eu falo de corrida” (Alfaguara), de Murakami, corredor de longuíssimas distâncias. Gosto de correr e não corria fazia tempo porque me machuquei. A corrida fica me cutucando, quero voltar, sei que está na hora de voltar a correr, antes que eu não consiga mais, enquanto ainda posso correr.

E o livro me inspirou, me convenci de que precisava tentar de novo. Ouvi algumas das músicas de Murakami (Stones e Clapton), transferi para o Ipod, comprei um bom tênis novo, uma bolsa de levar chaves.

Pus bateria em  um velho GPS, os de hoje com certeza são mais modernos, mas o meu funcionou bem. Hoje consegui correr  40 minutos. 5 quilômetros. Na verdade eu trotei, não corri. Eu chego lá. O importante foi dar voltas no Parque Villa Lobos, passar 2  vezes pela Marginal Pinheiros e olhar os carros longe, da pista de corrida, correndo no sol, com um pouco de vento no rosto.

Eu me senti bem.

Antes de ler “Do que eu falo quando eu falo de corrida”, li “Minha querida Sputnik” (Alfaguara). Uma cena me me impressionou muito: a da roda gigante. Quem leu  entende. Nunca vou esquecer da imagem que Murakami passou pra mim naquela narrativa.

Antes, ainda, li, também de Murakami, Caçando Carneiros (Estação Liberdade). Foi publicado antes dos outros, foi escrito antes, também. Comprei, outro dia, também dele, Dance, Dance, Dance (Estação Liberdade).

Agora estou lendo As irmãs Marioka, de Tanizaki (Estação Liberdade). Estou na página 159, economizando, porque o livro é muito bom, ele não perde a paciência para contar a história, vai contando devagar e não é nada monótono, parece que eu vejo as cenas, os personagens, ouço as conversas.

Literárias e Ubatuba

16 de maio de 2012

Literatura e Ubatuba têm muito ou pouco em comum. Passei domingo lá e o dia estava lindo de tão feio. Ninguém na praia. Quer dizer. Passou um carro na areia, uma caminhonete. Eu andando e aquele carro grande vindo na minha direção. É proibido, quis gritar. E se ele me atropelar? Não resisti ao pensamento. Fui para o canto. Primeiro para a beira, no mar. Depois para a beira, na grama. Ele continuou devagar. Mas que impulsos não pode ter  um motorista de caminhonete dirigindo na areia em uma praia longa e absolutamente vazia, com exceção de uma caminhante solitária? No dia das mães? Ficções.

E a Virada Cultural. Marcelino Freire e Evandro Affonso Ferreira na Casa das Rosas. Às 2 da manhã. Amigos. Divertidos. Profundos. Complexos. Literatura.

E Valter Hugo Mãe na Livraria da Vila, Fradique, 12 de maio.  Valter Hugo Mãe é legal. O discurso dele é sedutor. Fala bem, pensa bem, vai direto no coração. Atinge. Daniel Benevides, da Cosac Naify, ciceroneou, recebeu, coordenou, fez as perguntas. Ele é muito inteligente.

Leituras: Haruki Murakami. Minha querida Sputnik e Do que eu falo quando falo de corrida. Eu queria escrever como Murakami. Queria correr como Murakami.