Dia 22 de junho escrevi sobre Lolita e Nabokov e hoje, inspirada pela leitura do jornal, volto ao assunto.
No Caderno 2 (O Estado de São Paulo), Luis Fernando Verissimo contou que deu uma entrevista à Radio Batuta, do Instituto Moreira Salles, na Flip, dizendo que seu personagem literário inesquecível é Humbert Humbert, de Lolita, Nabokov. Humbert Humbert é “uma figura monstruosa e fascinante”, ele disse.
Eu também acho. Humbert Humbert é um personagem totalmente verossímel, nós acreditamos nele. Seguimos seus pensamentos com extrema curiosidade e espanto: como ele pôde ir tão longe?
Ele (Humbert Humbert) escreve na prisão. É, paradoxalmente, e talvez por isso mesmo, livre para escrever o que quiser e como quiser. E ele até poderia ir mais longe. Ainda transcrevendo Verissimo, “os explicadores de Nabokov, com a mesma intensidade dos fundamentalistas, combatem a ideia de que Lolita seja pornográfico”.
Nabokov também foi livre para escrever Lolita e sabemos que ele e seu personagem não têm nada em comum. Como lembrou Veríssimo, ele nunca diria, “Humbert Humbert sou eu”.
A revista Serrote 11, do Instituto Moreira Salles, publicou ensaio “Nabokov & Machado”, de Brian Boyd. O ensaio, que vem acompanhado de lindas ilustrações de borboletas, desenhadas por Nabokov, é de uma profundidade intensa. Lerei e relerei para poder escrever sobre o texto que mostra pontos em comum entre dois grandes escritores: Machado de Assis e Nabokov. Por enquanto, hoje, fico com as lindas borboletas.
Segue link para o vídeo da Rádio Batuta: http://ims.uol.com.br/Radio/D1048
Tags: Caderno 2, Flip, Flip 2012, Instituto Moreira Salles, Lolita, Luis Fernando Verissimo, Nabokov, O Estado de São Paulo, Rádio Batuta, Serrote
Deixe um comentário