Sábado, dia 5 de outubro, o Centro Cultural B_arco mostrou um pouco da Balada Literária que acontece todo ano em São Paulo e está marcada para 20 a 24 de novembro. A Balada é realizada desde 2006 por Marcelino Freire.
Aqui está entrevista de Marcelino: http://barco.art.br/marcelino-freire-fala-proxima-balada-literaria/
No sábado, tudo começou com o documentário SP-Solo Pernambucano, de Wilson Freire e Leandro Goddinho.
Já vi duas vezes o filme e veria muitas mais. Quem escreve não pode deixar de ver. O jeito que Marcelino fala da literatura e das palavras e da poesia e da sua escrita faz com que a gente queira continuar traçando esse caminho da literatura. E a gente fica conhecendo Sertania e Dona Maria do Carmo, mãe de Marcelino. E o mar de Recife.
Depois do filme, Marcelino chamou ao microfone escritores que lançaram livros recentemente ou que têm desenvolvido projetos literários.
Estiveram lá Lucimar Mutarelli, Renan Inquérito, Anna Zêpa, João Vereza, Sergio Mello, Sin Ha, Patricia Chmielewski Candido, Luis Rafael Monteiro e eu também, Paula Bajer Fernandes.
Cada um falou um pouco e leu poemas ou textos.
Lucimar falou de “Férias na prisão”, seu novo romance (Prumo). A fantasia da prisão ronda a maioria das pessoas e o livro mexe com essa sensação. É como está na orelha: “No entanto, dentro ou fora, estão todos aprisionados. Mesmo acompanhados, estão todos sós”.
Lucimar anunciou, também, o lançamento, em breve, de “Achados e perdidos”, livro que reúne contos de 13 escritoras: Concha Celestino, Cris Gonzalez, Deborah Dornellas, Eliana Castro, Fatima de Oliveira, Flávia Helena, Gabriela Colombo, Gabriela Fonseca, Izilda Bichara, Lucimar Mutarelli, Paula Bajer Fernandes, Regina Junqueira e Teresinha Theodoro
João Vereza, cujo ótimo livro de contos, “Noveleletas”, obteve 1º lugar no Prêmio Sesc 2012-2013 e foi publicado pela Record, falou sobre a repercussão do prêmio em sua vida.
Sérgio Mello leu poemas lindos. É autor de “Inimigo em testamento” (Soul Kitchen). Encontrei o book trailer no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=VQARSuE55Mc.
Renan é letrista de rap e deu um show. Contou um pouco de seu trabalho com os adolescentes na Fundação Casa. O livro de Renan, Poucas Palavras, é bem bacana.
Patricia (Japa Tratante) falou sobre criação de alternativas táteis de leitura. Em “De propósito” está: arte conceitual + poesia visual + intervenção urbana + alma + vida . Olha aqui: http://deproposito.com/about/
Luis falou sobre Boca Santa, literatura em estado vivo e bruto, como está na internet, aqui, em apresentação de Marcelino Freire: http://www.boca-santa.com/fala-marcelino.
Sin Ha recitou belos poemas de um jeito belo.
Conversei com Marcelino sobre meu “Viagem sentimental ao Japão” (Apicuri). Disse que a narrativa de Anette, querida personagem, tem a ver com o espanto de viajar e a dificuldade de conviver.
Tive ainda oportunidade de conhecer o livro lindo de Anna Zêpa, “Primeiro corte”. As páginas vêm com pontilhados de destaque, é poesia pra dividir. Anna diz: “Vamos praticar o desapego, hein?”
Transcrevo alguns, aqui:
palavras
são armas
difíceis de acreditar
alguém
me guarde
por favor
Não consigo dividir, Anna, desculpa.
Me apeguei.
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