Hoje fui ao B_arco Centro Cultural, em São Paulo (www.obarco.com.br).
Marçal Aquino falou para público que frequenta as oficinas literárias coordenadas por Marcelino Freire.
Gosto dos dois escritores. Marcelino entrevistou, Marçal contou.
Contou sobre suas experiências como jornalista, repórter policial, depois como roteirista. Falou de Amparo, sua cidade, de seu pai, de cinema, de “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” (Companhia das Letras), de como o título do romance foi bem recebido e eventualmente não tão bem recebido. A tradução para o alemão não segurou o título, por exemplo. Fiquei curiosa para saber como ficou o livro em alemão, vou pesquisar. Li em português. A história de amor é palpitante e às vezes triste (ela é toda meio melancólica, não estou contando final do livro, de jeito nenhum, até que termina bem). Adorei a ironia do diálogo do texto com o texto do professor Schianberg (quem leu sabe, não vou falar para não tirar a graça). Gostei tanto do livro que não quis assistir ao filme de Beto Brant, mesmo sabendo que é ótimo. É que a escritura faz parte da história e não sei se o filme manteve a intimidade da narrativa em primeira pessoa. Cauby é um grande personagem. Imagens mudam tudo.
Marçal disse que o escritor cria a partir da imaginação, da observação e da experiência. Cada leitor lê de um jeito, recebe o livro de um jeito particular. Ao responder pergunta sobre seus autores prediletos, disse que são muitos. Mas citou, especialmente, Graciliano Ramos.
Sempre que posso, assisto aos escritores, quando falam. Marçal Aquino pensa muito rápido, fala rápido. Pensa e fala ao mesmo tempo, sempre criando e recriando. Do encontro, ficou, entre tantas impressões, a frase, “eu sou escritor”.
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