Ainda falando sobre literatura de viagem, vi na livraria do aeroporto de Congonhas outro dia um livro que me interessou: “A construção do Brasil na literatura de viagem dos séculos XVI, XVII e XVIII”, de Jean Marcel Carvalho França, publicado pela José Olympio.
Gosto de olhar os livros de livrarias que não frequento porque a forma como são expostos é diferente e isso modifica meu modo de olhar para eles. Percebo temas e autores que não perceberia normalmente. E foi assim que aconteceu.
Fotografei a capa para não esquecer do nome – não comprei na hora porque minha bolsa já estava pesada.
As narrativas de viagem dessa época mostram um Brasil deslumbrante. O livro se propõe a investigar em que medida o discurso contribuiu para a formação de uma identidade brasileira.
Terminada a minha curta viagem a Brasília, finalmente tenho o livro comigo. O rigor da pesquisa me chamou a atenção, os textos estão todos publicados na Parte II, a antologia das narrativas é bastante extensa.
Quando estive na Amazônia, fiquei encantada com a exuberância da floresta. E, por isso, fui logo ler a parte do livro que trata da descoberta do rio Amazonas. Segue breve trecho de relato de William Davies: “Os homens trazem, também, enfiado em ambas as orelhas, um toco ou caniço, aproximadamente da espessura de uma pena de cisne e com cerca de meia polegada de comprimento; ornamento semelhante é colocado no meio do lado inferior. Até mesmo no osso do nariz eles metem um pequeno caniço, onde penduram uma pérola ou uma conta que cai diretamente sobre a boca e balança de um lado para outro enquanto falam – o que é motivo de grande orgulho e satisfação. Os seus cabelos são longos, mas, nas proximidades da orelha, há uma parte arrendodada que é cprtada bem curta, rente à cabeça- à semelhança do corte de cabelo de um monge” (p. 353, 354).
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