Vi o Museu Afro Brasil (http://www.museuafrobrasil.org.br) , no Ibirapuera, pela segunda vez. É o museu de que mais gosto no parque. Tem a proposta de guardar a memória do Brasil e da África, mas não só. As exposições permanentes e temporárias suscitam reflexões não dogmáticas sobre nosso lugar no mundo. No contexto, a exposição de trabalhos inspirados em Marilyn Monroe amplia nosso modo de perceber o universo brasileiro.
A loira mais loira no contexto cultural do negro no Brasil e na África está muito bem. Tudo brilha no Museu.
Não foi à toa que Norman Mailer sentiu-se tomado por Muhammad Ali e Marilyn Monroe a ponto de escrever, sobre eles, dois livros muito bons (A Luta e Marilyn).
A Luta foi publicado pela Companhia das Letras em 1998 e relançado em 2011 em edição de bolso. O livro relata a luta de Ali com George Foreman no Zaire em 1974. O estilo de Mailer é literário. Às vezes escreve em primeira pessoa, já que esteve no Zaire e acompanhou Ali e a luta; às vezes escreve em terceira pessoa, aparecendo como personagem, também.
Marilyn, de Mailer, foi publicado, no Brasil, pela Civilização Brasileira, assim como pelo Círculo do Livro, na década de 70. A biografia é em capa dura e tem muitas fotografias.
Voltando ao Museu Afro Brasil, a exposição “A sedução de Marilyn Monroe” é de obras inspiradas em Marilyn Monroe. Há trabalhos de A. Silveira, Claudio Tozzi, Nelson Leirner, Ivald Granato, Maribel Domenech, Andy Warhol, e muitos outros.
Emanoel Araújo, diretor e curador da exposição, escreveu, em painel: “A globalização nos absolveu do complexo de culpa, de poder olhar o mundo como coisa nossa, sendo assim a exposição sobre os cinquenta anos da atriz norte americana Marilyn Monroe e o drama de sua vida pertence a todos como grande fenômeno pop do inconsciente coletivo nos quatro cantos do mundo. Isso responde a todos aqueles que acham estranho essa exposição no Museu Afro Brasil”.
O Museu tem outras exposições muito bem montadas, além do acervo permanente, sobre a África, sobre escravidão no Brasil, sobre cultura negra. A exposição de fotografias de Militão Augusto de Azevedo sobre São Paulo e cidadãos negros livres é muito bonita, assim como a sobre Mário de Andrade: “Mário – Eu sou um Tupi tangendo um alaúde – 90 anos da semana de arte moderna”.
Agora, em época de Bienal, vale visitar o museu ao lado, o Museu Afro Brasil.
Tags: Marilyn Monroe, Mário de Andrade, Militão Augusto de Azevedo, Museu Afro Brasil, Norman Mailer
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