Fui à Pinacoteca sábado ver a exposição do artista uruguaio Joaquín Torres García. Em Montevideo, havia ido ao museu e gostei demais.
Na Pinacoteca, estavam reunidas obras importantes que para mim, deslocadas de seu espaço, perderam um pouco o encanto.
É que o deslumbramento de ver Torres -García no Uruguai foi substituído por curiosidade de saber mais para melhor compreender. Fiquei mais exigente, acho.
Porque aprofundar-se em Torres -García pode ser difícil. É preciso estudar para compreender seus trabalhos no contexto de sua particular visão de mundo e de si mesmo. E, por isso, ter o catálogo produzido para a exposição na Pitacoteca e para a que aconteceu em Porto Alegre na Fundação Iberê Camargo foi essencial. O catálogo foi produzido por Alejandro Diaz e Jimena Perera, membros da direção do Museu Torres García.
Os trabalhos expostos na Pinacoteca apresentam aspectos primitivos e básicos mesclados com sofisticações geométricas, deixando a impressão de que pode ser possível, para qualquer mortal, exprimir estranhamento diante do mundo em linhas, quaisquer linhas, escritas ou desenhadas. Porque Torres García usa também a palavra para complementar as colagens e desenhos. Suas capas de cadernos são lindas. Não sei por que, me lembrei da arte egípcia. Fiquei com vontade de produzir capas para meus cadernos.
Saindo da exposição, entrei na de Eliseu Visconti. Maravilhei-me. Torres García me deu sensação de que posso me expressar. Eliseu Visconti, não. Está totalmente separado de mim, seus trabalhos deslumbram, estão ali para serem absorvidos, admirados. Pude fotografar (sem flash) e insiro algumas imagens aqui.
Tags: Eliseu Visconti, Pinacoteca, Torres García
Deixe um comentário