É claro que os romances policiais são escritos a partir de algumas fórmulas. Que não precisam ser seguidas sempre, é óbvio. Mas é divertido conhecer as regras.
Li, faz pouco tempo, Segredos do romance policial: história das histórias de detetive, de P.D.James (São Paulo, Três estrelas, 2012).
Em um dos capítulos finais, intitulado “Contar a história: canário, ponto de vista, gente”, está:
1)- O cenário torna a história crível na literatura de crime;
2)- Histórias de detetive desenrolam-se bem em comunidades fechadas;
3)- Arquitetura e casas precisam ser descritas porque as pessoas são influenciadas pelo ambiente;
4)- Descrição do encontro do corpo é uma das partes mais importantes do romance policial, o leitor precisa sentir o desconforto, o horror, o choque da morte drástica;
5)- O detetive deve estar inserido em um ambiente facilmente identificado pelo leitor;
6)- O ponto de vista é importante, o leitor não pode acompanhar pensamentos do assassino;
7)- Narrativa em primeira pessoa dá credibilidade à história;
8)- A vítima não precisa ser simpática, pois ela provocou o ódio do assassino;
9)- Gosto dessa frase: “Assassinato é o crime ao qual nenhum outro se compara, e sua investigação dilacera a privacidade tanto dos vivos como dos mortos. Esse estudo de seres humanos sob o estresse desse teste autorrevelador é que constitui para um escritor a maior atração do gênero” (p. 136).
Comecei a escrever um romance que quer ser policial. Será meu segundo romance.
O primeiro, “Viagem sentimental ao Japão”, será publicado no segundo semestre. Não é uma história de detetive.
É uma narrativa sobre as narrativas de viagens, reais e imaginárias.
É a narrativa de Anette.
Tags: romance policial; história de detetive; P.D.James, Segredos do romance policial
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